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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Educação Financeira


Poupe pelo futuro do seu filho
Especialistas ensinam como é possível arcar com as despesas escolares da criança sem causar grandes estragos no orçamento

Assim que a gravidez é confirmada, a família começa a fazer muitos planos para o futuro da criança. No entanto, pouca gente lembra que, juntamente com os projetos, vêm os boletos. E que eles ficarão ainda mais salgados com o passar dos anos, à medida que a vida escolar do pequeno avançar, por exemplo. Mas, se o planejamento financeiro começar cedo e houver disciplina, será possível atender, com tranquilidade, a necessidades como educação, saúde e lazer. “Assim que o bebê nascer, comece a colocar dinheiro na conta”, aconselha o consultor Augusto Sabóia. O especialista afirma que, mais importante do que escolher o tipo de investimento, é fundamental incorporar ao seu cotidiano a prática de poupar. “A família deve resistir à tentação de exagerar com gastos em roupas e brinquedos na primeira infância”, aconselha Sabóia.
É imprescindível que as famílias foquem seus investimentos no capital intelectual do filho. “Os pais devem garantir uma boa escola no presente e, paralelamente, poupar pensando nos estudos”, afirma. Além disso, nem passa pela cabeça de muitas pessoas a ocorrência de situações como um eventual desemprego, uma doença ou mesmo a possibilidade de a criança ficar órfã. Por isso, recomenda que a família faça sempre um seguro de vida, ao menos para um dos pais. “Na nossa sociedade, em que as pessoas têm filhos cada vez mais tarde, é preciso pensar nessa forma de proteção”.
Se você já está convencida de que deve poupar, então é hora de escolher onde vai colocar o dinheiro. E, nessa hora, é preciso buscar muitas informações sobre os produtos oferecidos no mercado e avaliar, com honestidade, qual a sua disposição em manter a aplicação. “Quem não tem um imóvel próprio certamente acabará recorrendo à poupança do filho em algum momento”. “Por isso, antes de começar a poupar, pense nos outros eixos que precisam ser ajustados para não cometer erros.”
Uma dica que vale para todos é fazer sempre um mix de investimentos, em vez de deixar todo o dinheiro num único lugar. Assim, uma parte do pé-de-meia deve ficar sempre em algum produto de curto prazo, de forma que, se houver algum imprevisto, o dinheiro possa ser sacado sem que haja a perda de rentabilidade. Outra sugestão é começar a guardá-lo na caderneta de poupança. “Só quando o volume crescer um pouco, ele deve ser destinado a um fundo de investimentos, que cobra taxas de administração mais caras para baixas aplicações”.
E saiba que poupar não é apenas evitar torrar o dinheiro que sobra – porque, sejamos sinceros, ele raramente sobra. Por isso, é bom estabelecer uma meta fixa por mês, ainda que esse valor seja pequeno. E incluir esse item no orçamento mensal. Para que o objetivo seja cumprido, muitas vezes será necessário deixar de consumir algo aqui e agora. Uma estratégia que o consultor Augusto Sabóia propõe para quem está estreando no mundo das finanças familiares é adotar a chamada escadinha financeira. Comece por um vidro de azeitona – grande e transparente, o que dá mais clareza do volume de dinheiro que está sendo acumulado. Quando o pote estiver cheio, ponha esse dinheiro na poupança – mas não pare de encher o vidro. Quando a poupança já somar algo como R$ 3 mil, transfira o montante para um fundo de renda fixa. Continue enchendo o vidro e transferindo o dinheiro para a poupança e, da poupança, para o fundo de renda fixa. Quando o fundo de renda fixa acumular um valor próximo a R$ 10 mil, passe esse dinheiro para um fundo de ações. E continue enchendo o vidro...

Entenda, a seguir, como funciona cada uma das aplicações que ajudam seu dinheiro a render.

1. Caderneta de poupança
Previsibilidade e facilidade de aplicação de baixas quantias de dinheiro, a qualquer momento do mês, são as principais vantagens dessa modalidade. Você pode destinar qualquer valor para a poupança, em qualquer momento do mês. O rendimento da caderneta de poupança é fixo: 0,5% ao mês (ou 6% ao ano) mais a variação da taxa referencial (ela é calculada diariamente pelo governo, mas fica muito abaixo da variação da inflação).
O retorno pode ser menor do que o de alguns fundos, mas a grande vantagem é a ausência de tributação e taxa de administração. Além disso, o Fundo Garantidor de Crédito do governo assegura aplicações de até R$ 20 mil por CPF em caso de problemas com a instituição financeira onde são feitos os depósitos. Para quem não gosta de riscos e não dispõe de valores altos para a aplicação, é uma boa opção. Mas lembre: a poupança não tem liquidez diária e, por isso, sacar o dinheiro fora da data de aniversário significa perder o rendimento daquele mês.

2. Fundos de renda fixa
Embora seja uma aplicação considerada conservadora, os fundos de renda fixa não estão totalmente livres de risco e não têm uma rentabilidade previsível, como a poupança. Os recursos do fundo são destinados a títulos do Tesouro Nacional ou emitidos por bancos, como CDBs e debêntures. Esses títulos podem ser prefixados (a taxa é estabelecida no momento da compra do papel e permanece inalterada ainda que os juros de mercado oscilem) ou pós-fixados (pagam um porcentual da chamada taxa básica Selic, fixada pelo Banco Central, que hoje está em 8,75% ao ano. Portanto, eles acompanham o sobe e desce dos juros). Dessa forma, é a composição do fundo que vai determinar como será sua rentabilidade. Mas, em geral, o retorno é superior ao da poupança.
O problema é que no fundo o investidor paga uma taxa de administração – em alguns casos, ela pode superar 3% ao ano. Isso corrói uma parcela significativa dos ganhos e, dependendo do valor aplicado, poderá tornar o fundo menos atraente do que a poupança. Quanto menor o volume investido, mais o banco vai cobrar de taxa de administração. Por isso, os fundos costumam ser proibitivos para quem tem menos de R$ 3 mil. Além disso, o rendimento da aplicação é sujeita ao recolhimento de imposto de renda progressivo: as aplicações de até seis meses pagam alíquota de 22,5%; de seis meses a um ano, 20%; de um ano a dois, 17,5%; e, finalmente, acima de dois anos, 15%. Por isso, antes de escolher um fundo, peça simulações ao gerente, sempre observando a taxa de administração e tendo claro qual o prazo que esse dinheiro deverá permanecer aplicado.

3. Tesouro direto

É uma forma de comprar títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional sem a intermediação de uma instituição financeira, o que reduz muito os custos para o investidor. Na verdade, o investidor adquire uma fração desse título. O valor inicial de aplicação é baixo: R$ 200. O investidor precisa apenas ser cadastrado junto a uma corretora, para a qual pagará uma taxa de administração que varia ao redor de 0,30% ao ano. O Tesouro Nacional (www.tesouro.fazenda.gov.br) informa o ranking das taxas das instituições que oferecem esse serviço.
Entre os títulos oferecidos, um dos mais indicados para quem quer fazer um investimento de longo prazo é a NTN-B (Nota do Tesouro Nacional série B), título prefixado de longo prazo, cuja rentabilidade varia mensalmente, dependendo das condições de mercado. Hoje, a NTN-B tem uma taxa ao redor de 6,5% mais a variação do IPCA (índice de inflação oficial do governo), que este ano deve ficar perto de 4,5%. Existem outras opções, como as Letras do Tesouro Nacional (LTN), com rentabilidade prefixada, e as Letras Financeiras do Tesouro (LFTs), pós-fixadas. Essa modalidade também é sujeita ao recolhimento de imposto de renda, nos mesmos moldes dos fundos de investimento. A liquidez é diária – ou seja, o saque feito ao longo do mês não elimina a rentabilidade proporcional do período –, mas os resgates podem ser feitos apenas às quartas-feiras.

4. Fundos de ações
Excelente opção para quem quer melhorar sua rentabilidade, mas, para isso, deve estar disposto a correr riscos. E, principalmente, ter certeza de que não vai precisar do dinheiro no curto prazo. O valor investido será colocado em ações de empresas e, como as perspectivas para a economia nos próximos anos são favoráveis, o esperado é que os ganhos nessa modalidade de investimento sejam maiores do que os oferecidos pela renda fixa. Isso porque as ações das empresas se valorizam quando investidores enxergam espaço para crescimento delas.
Como os analistas acreditam que a economia favorecerá o aumento do lucro das empresas no Brasil, a aposta geral é de que a bolsa de valores vá se beneficiar. Mas, por ser uma aplicação de renda variável, não existe a garantia de rentabilidade. Por isso, para aplicar em ações, o investidor não pode ter um prazo definido para o resgate. Senão o dinheiro pode acabar sendo sacado no momento da baixa, o que se traduzirá em prejuízo. Assim, o conselho dos especialistas é que se aplique em ações a soma que ficará investida por muitos anos – ou seja, não se trata daquela graninha reservada para eventuais emergências.
Também é bom avaliar, antes de escolher esse produto, se você terá sangue frio para assistir às oscilações de preços da bolsa e resistir à tentação de sacar tudo no período de baixa. Existem várias alternativas de fundos de ações no mercado. Quanto mais agressivo for o fundo, maior a chance de ganho, mas também de perda. Por isso, é preciso estudar muito antes de decidir. Assim como os fundos de renda fixa, é fundamental checar a taxa de administração, que será mais salgada para os valores baixos de aplicação. Há o recolhimento de imposto de renda progressivo sobre a rentabilidade.

5. Fundos de previdência
Esse fundo é indicado para quem quer depositar o dinheiro mensalmente, tem um horizonte de longo prazo para a aplicação e não se preocupa em fazer escolhas entre as diferentes modalidades de investimento. Nesse caso, também há várias opções que atendem a diferentes perfis de investidor. Existem fundos que aplicam apenas em títulos de renda fixa públicos ou privados, que pagam juros, ou aqueles que destinam até 49% em ações.
Existem ainda fundos de previdência que investem em títulos públicos referenciados na taxa básica de juros – os referenciados DI, fundos que investem em câmbio e fundos multimercados com ou sem renda variável. Esse tipo de fundo, como o próprio nome diz, investe em vários mercados, como dólar, renda fixa e ações. Mas é bom observar que há três taxas a serem pagas nesse produto: carregamento, administração e saída. Algumas seguradoras cobram também uma taxa de desempenho sobre a rentabilidade adicional em relação a um parâmetro estabelecido – a taxa básica de juros, por exemplo.
Os porcentuais mudam de acordo com o valor aplicado, o prazo da aplicação, a política da seguradora, se o plano é individual ou corporativo e o tipo de investimento. A taxa de carregamento é uma espécie de pedágio, cobrada na entrada do plano e a cada aplicação mensal. Ela serve para custear os gastos da seguradora com a aquisição do cliente, comissões dos corretores e campanhas de marketing, entre outros. A taxa de administração paga o dispêndio de gestão do fundo. Por fim, a taxa de saída paga as despesas tributárias com o resgate do dinheiro, que sai da conta da seguradora e vai para o cliente. Planos aprovados a partir de janeiro de 2007 não contam mais com essa cobrança.

Como ter filhos e não perder dinheiro

Boa parte dos casais costuma se questionar como manter o estilo de vida diante dos gastos extras que pipocam quando a família cresce. Para buscar alívio para essa aflição, conversamos com o mestre em administração Gustavo Cerbasi, 35 anos. Cerbasi (www.maisdinheiro.com.br ) é especialista em finanças dos negócios, planejamento familiar e economia doméstica. É também autor de obras como Casais Inteligentes Enriquecem Junto e Filhos Inteligentes Enriquecem Sozinhos (ambos da editora Gente). Pai de Guilherme, 2 anos, e Gabrielle, 5 meses, Gustavo costuma dizer que “enriquecer é uma escolha” e defende o ato de poupar desde que isso não sacrifique demais o prazer do casal.

1. É possível ter filhos e não perder dinheiro?
Sim. É comum lermos matérias sobre o custo de ter um filho. Na verdade, não podemos entender um filho como um custo, mas como uma fase da vida. Quando se está com a vida financeira equilibrada e a família cresce, o impacto é pequeno. Agora, se o casal já vive no limite (tem carro e casa financiados e poucas sobras para o lazer), esse desequilíbrio aparece quando o filho nasce. Para quem tem um dia a dia compatível com o que ganha, a chegada da criança tem o efeito de substituição do lazer. Isso porque, com um bebê em casa, as pessoas jantam menos fora, recebem menos amigos para encontros sociais, viajam menos. A atenção – e o tempo livre – se voltam para os cuidados com a criança. Para evitar um orçamento apertado antes de o bebê chegar, o que eu aconselho é que o casal sente para pensar na sua qualidade de vida. Talvez não seja necessário ter um carro tão caro ou um imóvel tão dispendioso. Por exemplo, é comum a esposa ficar grávida e o homem comprar um carro maior e também mais caro. Sempre se pensa naquela possível viagem e na necessidade de ter um bagageiro grande. Ninguém pensa que, nessas ocasiões, pode-se alugar um carro. O brasileiro ainda não tem esse hábito. Mas vale começar a pensar nisso.

2. Como cortar gastos com inteligência?
Analisar o que é supérfluo e preservar o que lhe faz bem. Você pode trocar o carro por outro com parcela mais barata, evitar o desperdício com água, alimentos. De dez em dez reais, você economiza de maneira criativa. Criatividade é fazer programas com amigos e com a família: em vez de ir ao restaurante, que tal convidar os amigos para um jantar em casa? É saber economizar sem cortar sua felicidade. Pense, então, naquilo de que você não abriria mão. Para uma mulher, pode ser ir a manicure. É melhor que ela economize, então, com as compras do supermercado do que com a vaidade.

3. Mas quando se tem filhos é importante poupar, certo?
Quando um bebê nasce, os pais costumam pensar em como garantir um futuro para a criança, seja por meio de um plano de previdência, seja por um seguro de vida. Aí vem a frustração porque não dá para fazer tudo. Então, de novo, vale a pena cortar gastos desde que se preserve o consumo daquilo que faz bem. Se isso não for feito, lá na frente, a pessoa correrá o risco de se tornar alguém amargo.

4. O relacionamento do casal influencia as finanças?
Sim. Um relacionamento em que cada um pensa no seu próprio dinheiro não funciona. O casal tem que se esforçar para ter uma conversa mais aberta, falar sobre sonhos e frustrações. Quanto mais transparente for o diálogo, melhor. Por exemplo, se um dos dois perde o emprego, o relacionamento só se mantém caso um assuma as despesas da casa. E isso acontece apenas quando os dois entendem o dinheiro como um bem comum e não como algo que pertence a cada um, de maneira individualista.

5. A forma como um casal lida com o dinheiro é reflexo da relação a dois?
Em termos. A relação do casal é reflexo da sociedade. E, na infância, não fomos educados financeiramente para lidar com o dinheiro. Se o casal começa a dividir tudo, cada um pagando a sua parte, está reforçando um comportamento que aparentemente parece correto e justo, mas é destrutivo. Essa é uma relação de sócios, não de parceiros. Como eu já disse, é preciso de uma conversa franca para lidar com esse lado financeiro. A conversa transparente é que permite o enriquecimento porque ela gera uma postura mais agregadora e menos competitiva.

6. A maneira como os pais lidam com o dinheiro é uma forma de educar os filhos financeiramente?
Sim, sem dúvida. Quando os filhos são jovens, não têm ideia de valores. É claro que os pais não precisam abrir para as crianças o quanto a família tem de patrimônio, quais seus ganhos etc., mas é importante que eles dividam o quanto todos têm para gastar no final de semana, numa viagem. Esse é um jeito de educar financeiramente os filhos. Eles aprendem pelo exemplo, por aquilo que veem em casa.

7. Devemos dividir as questões financeiras com os filhos? Por exemplo, se um pai não tem condições de dar algo à criança, ele deve dizer ou é melhor se endividar para realizar o sonho do pequeno?
Nenhum tipo de sonho deve ser descartado com o argumento de que não se tem dinheiro. Se o pai ganha R$ 1 mil e consegue poupar R$ 50 e o filho quer ir para a Disney, ele deve dizer que vai demorar cerca de dez anos para conseguir realizar o sonho. Isso é importante para que a criança dimensione o valor das coisas e o tamanho do sacrifício para consegui-la. O pai também pode propor que o filho o ajude a poupar dinheiro e assim reduzir o tempo de espera. As crianças são ótimas para pensar em saídas criativas. Com esse tipo de atitude, você incentiva o pequeno a ter uma postura empreendedora.

8. Que conselho o senhor daria para quem está planejando ter um filho?
Não encare a criança como um custo. E não transforme a chegada do bebê numa mudança de padrão de consumo. Preserve o seu bem-estar e a sua qualidade de vida. E, enquanto seu filho cresce, não deixe de estar com ele para trabalhar mais e assim poder poupar mais. Crie, sim, reservas de emergência, mas saiba que às vezes o melhor investimento é dedicar uma tarde com ele fazendo bolhas de sabão.


Mesadas: saiba como ensinar os filhos a lidar com dinheiro



1) Devo dar mesada?

Ensinar os filhos a lidar com dinheiro não é tão difícil como parece. Os especialistas em educação financeira consultados aconselham os pais a dar a mesada aos filhos como forma de orientá-los a lidar com o dinheiro desde cedo. "A mesada é uma ferramenta muito útil quando as crianças começam a interagir em sociedade e percebem a necessidade de administrar o dinheiro", avalia Gustavo Cerbasi, autor do best-seller Casais Inteligentes Enriquecem Juntos".

2) Por que é importante dar mesada?

É importante que os pais ensinem às crianças noções de responsabilidade, planejamento e limites, ferramentas essenciais para se viver bem em uma sociedade com tantos apelos ao consumo. É claro que isso não significa que uma criança que nunca recebeu mesada terá, necessariamente, de ser um adulto descontrolado; mas vale lembrar que a prática leva à perfeição. Certamente será mais fácil para aquele que desde cedo teve de aprender a controlar suas contas a fazê-lo na vida adulta do que para aquele que sempre teve sua vida financiada pelos pais, de repente, ter de aprender a lidar com o dinheiro.

3) Qual é a idade certa para começar?

O ideal, segundo os especialistas, é que se comece a dar a mesada quando a criança já tem a noção dos números, já sabe contar, e começa a interagir com a sociedade. Por exemplo, quando a criança tem a opção de comprar o lanche da escola, ou quando quer comprar figurinhas para completar o álbum. Isso ocorre por volta dos sete anos, mas é possível já ir treinando a criança antes desta idade.

4) Devo dar mesada ou semanada?

A semanada (dividir a mesada em quatro para que a criança receba o dinheiro por semana) facilita o controle dos gastos. A idade ideal é por volta dos sete anos, quando a criança já sabe fazer cálculos simples.

5) Como começar?

Por volta de cinco anos

A idéia do cofrinho é ótima para dar aos bem pequenos as primeiras noções de economia. Com o cofrinho, a criança aprende que, poupando, pode atingir um objetivo (que pode ser comprar as figurinhas, o lanche, um sorvete, um brinquedo novo). E o que é melhor: ela é quem irá ter controle do seu dinheiro (cabe a ela a decisão de quebrar o cofrinho ou guardar para ter mais).

A criança, nesta idade, já pode começar a aprender o que é caro e o que é barato. Também pode compreender que os pais trabalham para receberem dinheiro e poderem comprar as coisas de que necessitam.

- Por volta de 7 anos:

A partir desta idade já é possível dar a semanada, mas o valor deve ser bem pequeno, para que a criança consiga contar e administrar. Os gastos serão pequenos também, já que o objetivo será a compra de doces e figurinhas, por exemplo. Deve-se estabelecer um dia para receber o dinheiro e não se deve antecipar ou atrasar o pagamento, nem complementar o valor. È importante que os pais ajudem os filhos no acompanhamento dos gastos, principalmente nas primeiras semanas, para ver como eles estão se saindo.


- A partir dos 10 anos:

Gustavo Cerbasi aconselha os pais a sentarem com os filhos para decidir que gastos serão cobertos pela semanada: lanche, cinema, lan house, revistas, hobbies. O valor deve ser negociado para que a criança aprenda a noção de limite. Uma boa pedida é estimular a criança a economizar para comprar algo de maior valor. Os pais também podem estimular a criança a guardar algum dinheiro para ajudar os mais necessitados.

6) É correto premiar os filhos por fazer trabalhos domésticos ou ter um bom desempenho escolar?

Não. As tarefas domésticas devem ser repartidas por todos, e estudar é uma obrigação. Se a mãe arruma a cama, ela não recebe nada por isso.

7) Deve-se incentivar os filhos a trabalhar para aumentar a mesada?

Para Gustavo Cerbasi, o empreendedorismo deve ser estimulado, mas não ao ponto de fazer com que a criança deixe de ser criança nem atrapalhar seus estudos. Trabalho infantil, então, nem pensar. Um bom exemplo de empreendedorismo a ser incentivado é aquele em que a criança se dispõe a fazer um pequeno trabalho, como fazer um bolo ou confeccionar alguma bijuteria e vender, a fim de complementar mais rapidamente o dinheiro que necessita para comprar algo que deseja.

8) Deve-se estimular os filhos a poupar?

Sim. Os filhos devem ser estimulados a poupar. Os objetivos podem ser de curto prazo (menos de um ano), como comprar roupas, DVD/CDs ou de longo prazo (mais de um ano), como a compra de um carro, bicicleta, de uma viagem etc.

9) E se os filhos se descontrolarem, os pais devem aumentar a mesada?

Não. Os pais nunca devem complementar a mesada depois que o valor foi definido. É pior complementar mesadas a toda hora do que não dar. A mesada é importante para ensinar a criança a lidar com o dinheiro, a ter controle sobre os seus gastos. Se a criança se descontrola sempre e os pais não impõem limites, a criança fica com a noção errada de que pode gastar tudo o que deseja que sempre haverá alguém para financiá-las.

10) No que os pais podem ajudar?

Os pais podem ajudar dando o exemplo. Não gastar tudo o que ganham, não "comprar" o amor dos filhos com presentes fora de hora, não praticar o desperdício dentro de casa, convidar os filhos participarem do orçamento familiar desde cedo, mostrar que o dinheiro que recebem é fruto do trabalho e que este dinheiro tem limite.

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